sexta-feira, 8 de julho de 2011

A feia

Ela era gorda, baixa, sardenta e de cabelos excessivamente crespos, meio arruivados...mas que talento tinha para a crueldade. Ela toda era pura vingança."
"...como essa menina devia nos odiar, nós que éramos imperdoavelmente bonitinhas, esguias, altinhas, de cabelos livres." http://intervox.nce.ufrj.br/~valdenit/felicida.htm
Esses trechos são da crônica de Clarice Lispector - Felicidade Clandestina. Relendo, vi que ela trata de um assunto que eu sempre pensei e sempre comprovei, mas só comento com os íntimos por causa da hipocrisia e da preguiça de ouvir "tadinho" qdo falo sobre isso. Mas enfim, o que quero dizer é que eu tenho um pé atrás com pessoas feias. Pronto, falei.
A sociedade é cruel, os homens são cruéis e estão sempre caçoando das feias. Ninguém quer amar a baranga. As mulheres são cruéis e estão sempre rindo dos namorados horríveis das outras, pedindo para a amiga design tirar fulano da foto "pq ele está enfeiando minha foto" enfim, é assim, somos fúteis mesmo. Não se trata aqui de uma pessoa normal, e sim, de uma pessoa feia. Essa pessoa tem uma alternativa, e não estou falando de plástica, (se bem que...), ela pode se tornar mto legal e com isso ter charme e desviar o foco. Qdo isso acontece, ótimo, tudo bem, a gente nem acha mais tão feia. Mas ás vezes não acontece pq desde criança sempre foi feinha e cresceu amarga e com ressentimento das bonitinhas. Logo, segundo observações minhas e de Clarice Lispector, essa criatura esperará pacientemente uma oportunidade para se vingar de vc, que é até...bonitinho.
Veja o exemplo dessa terrível criatura sacaneada pela natureza que a Clarice fala. A peste não tinha nenhum motivo externo para ser má com as meninas, ela só tinha motivos internos - a péssima constituição física. Mas mesmo assim, essa pessoa amarga esperou ressentida um momento que a vida lhe traria para poder se sentir superior maltratando as amigas mais bonitas! Dá pra confiar?
Como diz o coala stylist "não é fácil ser bonito, ainda mais quando se é feio".

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